Há uma história de amor, num tempo futuro após o fim do mundo, quando o amor ganhou sentidos novos ou deixou até de fazer sentido. Junto com o cinema, os museus e o próprio tempo. Há um famoso general do exército vermelho e uma velha que se lembra de tudo, do que importa e do que não importa. Três irmãs que carpem o destino dos homens e uma pequenina com ar de imperatriz. Há um cão mítico, e incontáveis pores-do-sol. Há até a bordo uma orquestra prussiana, que todas as tardes toca exactamente a mesma peça de Wagner. Segue tudo e todos juntos, num ajuntamento de opções flutuantes, uma espécie de arca. O que todos mais querem é chegar ao Brasil. Mas não sabemos se o Mundo não acaba entretanto.
Joana Bértholo chega a Lisboa em 1982, à Índia em 2003, a Berlim em 2007, a Buenos Aires em 2009, e a Sevilha em 2012. Chega a estudar Design, chega a escrever uma tese de mestrado sobre práticas artísticas de intervenção social mas segue direto para o doutoramento em Estudos Culturais. Debruça-se sobre o tema das sombras. Ao longo de tudo isto nunca chega a parar de escrever, e chega a ganhar alguns prémios.